WHEN I USED TO CARRY A WALKMAN
Do Walkman ao Deezer
Hoje estou caminhando de mãos vazias e orelhas abanando ao vento pois não faço mais parte dos yuppies que em meados dos anos 1980, engravatados e de blazer ou terno azul e gravata vermelha caminhavam seja em Manhattan, nos Champs Elysée ou na Avenida Atlântica do Rio de janeiro, carregando na cintura um tocador ligado á um par de fones de ouvido ligados ao tal do “caminhante”. Não sei se prefiro o Johnny Walker ao Walkman, mas isto é outro assunto.
Desde 1967 até os anos 1980
O tal do Walkman, brinquedo inventado pelo CEO da grandiosa Sony, me garantia o resultado de um certo saber do metiê na reprodução sonora. Naquela época já era fascinado por fones de ouvido já em 1967, e sem carregar a vitrola na cintura. Loucamente liguei um par de enormes fones Toshiba no meu combo de casa, um Stéreo Chic Philips made in Holland e em configuração que começaram a afetar os meus nervos auditivos hoje destruídos e funcionando somente em mono. A destruição gradativa da minha audição começou desde quando a carroça que passeava de um canal para outro com o tal quarteto de Liverpool em coro cantava GOOD MORNING bem antes do tal acidente de carro citado quando Sir Lennon estava lendo as notícias matinais: "I read the newa today oh boy!"
A era da Super Potência em áudio
O tempo passou e mais de uma década se foi, quando a indústria de áudio acelerou seus volts e watts incompreensíveis, apenas para jogar ao mercado a soberba de que o jargão técnico em letras e desenhos sem nenhum sentido, eram apresentados para um público tecnicamente inculto. E foi assim que pensei em me isolar com alguma engenhoca que fizesse sentido, pois para mim, já naquela época, a vida não era uma festa. Me explico: a engenharia do dito estado sólido e potente feito a força do incrível super homem made in the US of A como dizia o Bruce, jogava na minha cara e no meu estômago, a magia do som metálico e estridente para que nos meus delírios solitários (melhor assim) pudesse fingir que sou Jimmy Hendrix tocando com nada no meu colo, as maravilhas sonoras e sublimes em mímicas solitárias parecendo um débil mental diante dos meus familiares e vizinhos. Mas esta época já passou. Época difícil essa dos meados de 1970 quando tudo que era Rock podia se transformar em vibrações mecânicas levando à surdez e ao isolamento em grupo mesmo quando em festas com ambientes fechados.
Disco Dance
Fumaças, luzes e cores fazem do todos um padrão estético colorido e sem muita identidade. Exceto os traços de Andy Warhol, o batom de Mick jagger e a saia curta de Mary Quant. Naquela época, eu teria preferido abraçar uma garota, com ou sem som, em vez de me sentir um mímico do Rock.
Personal HiFi com meu primeiro Walkman
Eis que um década depois e em diante, mergulhei com tesão pela música solitária com um bom par de fones de ouvido. Foi assim que fui buscar, onde estivesse, o meu primeiro Walkman como se fosse uma iniciação necessária no comportamento social e up to date na respeitável sociedade da época. Duvidam? Ora, um bom aparelho podia chegar aos 300 dólares, ou mais. E foi assim que me inventei uma obsessão consumista que me fez acumular hoje mais de doze unidade de aparatos ambulantes (que os franceses chamam até hoje “Baladeur”), hoje velhinhos saudáveis mas que não levo mais para passear.
Porque ando fotografando meus aparelhos antigos?
Outra obsessão minha é de fotografar qualquer coisa sobre a qual incide luz natural. Portanto sou aprendiz (de feiticeiro dizem) em fotografias indoor ou outdoor sem flash e sem projetores que no meu observar, são definitivamente banidos. Mas a questão de fotografia merece um outro capítulo apartado na eletrônica, porém próximos da poesia e da música. Acima estão três unidades da galeria dos meus walking little objects…
Até Breve!
Sami Douek
21 de maio de 2020
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